Próxima estação, quem dá mais?

Eu tenho escrito muito pouco aqui no blog, mas de vez em quando escrevo em outros lugares. Então passo aqui hoje para compartilhar com vocês este meu artigo, em parceria com Adriana Lima, que acaba de sair na revista Domínios de Linguagem, editada na Universidade Federal de Uberlândia.

O artigo é sobre a comercialização de “naming rights” e sua chegada às estações do metrô de São Paulo. Discussão atualíssima, que está no noticiário da semana e tem tudo a ver com a memória da cidade.

Aqui vão o título e o resumo do trabalho:

Comodificação Toponímica e a Cidade Neoliberal: sobre a venda de direitos de nomeação (naming rights) das estações do metrô de São Paulo

Depois de quase três décadas sendo praticada na cidade de São Paulo em equipamentos privados como cinemas, teatros e mais recentemente estádios esportivos, a comercialização de direitos de nomeação chega também a espaços de propriedade estatal: em abril de 2020, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Cia. do Metrô) anunciou um projeto de conceder à exploração privada o direito de nomear suas estações. Este artigo analisa esse projeto, suas premissas e expectativas. Conclui que uma série de conflitos relacionados à memória da cidade e a seus marcos espaciais, embora apontados em estudos recentes sobre comodificação toponímica e também sugeridos pelos próprios antecedentes paulistanos no tema, não parecem fazer parte da agenda de preocupações do projeto.

E pra quem se interessar, o texto em pdf (em duas versões: português e inglês) está disponível no link abaixo. Espero que gostem!

http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/57050

2 comentários
  1. ralphgiesbrecht disse:

    Sou totalmente contra. Muitas vezes os nomes colocados nada têm a ver com o local da estação. Isso, obviamente, afeta a memória local. Se mantiverem os nomes antigos junto com o novo, pouco adianta, no meu entender. Antigamente os nomes das estações eram nomes curtos, e quando não eram, em muitos casos o tempo foi passando e o nome era encurtado. Tirava-se o “engenheiro”, por exmplo. Mas em muitos casos, muitos mesmo, esses nomes de pessoas nada tinhama ver com o local. Agora, em termos modernos e falando de “arenas”, novva versão de “estádios”… veja o nome que deram para o estádio do Corinthians, “Meo Quimica Arena”. Horrivel, nada a ver com o local e nem com o clube. Imagine que quisessem colocar o meu nome numa estação ou seja o que for: m”Raph Mennucci Giesbrecht”. Quem saberia pronunciar? Espero que não coloquem o nome de nenhum polonês… O outro lado: ganha-se dinheiro. Mas, para mim, é a venda da alma.

  2. ralphgiesbrecht disse:

    Lembrando, ainda, que grande parte das pessoas da Grande São Paulo mal sabem em que municipio moram. Só os que moram em São Pauloo, e olhe lá

Deixe um comentário