Emparedados
A foto, de 1934, é de um casal endinheirado morador do Jardim América. Ela está dentro do carro; ele, certamente atrás da câmera.
Pelo jeito, a intenção foi enviar para a Alemanha um registro do padrão de vida conquistado por aqui. Eu não falo nada de alemão, mas o Google me ajudou a traduzir:
“Unsere privatvilla, rua Venezuela 35 im hintergrund. Unser neuer Chevrolet-wagen kaki farbe hell, mit dunkelbraum.”
(Nossa villa privada, na rua Venezuela 35, ao fundo. Nosso novo Chevrolet de cor caqui e marrom.)
Sorte deles terem feito esse registro, que atualmente seria impossível.
Quem mora hoje nesse bairro (se é que alguém mora, pois olhando não dá pra saber) conseguiria no máximo fotografar a mulher e o carro. A casa fica sempre invisível, escondida atrás de um muro fortificado.
quando a cidade era mais gentil 
O número da casa será o mesmo hoje? A mudança de numeração das casas das ruas para a numeração métrica deu-se a partir mais ou menos nesse ano (1934), mas estendeu-se até o início da década seguinte. Alguém saberia me dizer que marca e tipo de carro é esse? E, mais dificil ainda, alguém consegue ler a placa? Grato
Oi, Ralph. Na fotografia original, com algum esforço é possível ler a placa do carro: 6-387.
Carro Ford 6387 – pertencia em 1940 a Arturo Eberhardt. Abraços
Obrigado, Ralph. É o segundo proprietário de carro que vc identifica aqui no blog. O primeiro foi o da placa 1000, lembra?
Agora sabemos quem é o casal de alemães! Artur (ou Arthur, ou Arturo) Eberhardt nasceu em Massbach, na Alemanha, em 1903, mas chegou ao Brasil com nacionalidade argentina. Em 1934, mesmo ano da foto, fundou a Arteb, indústria metalúrgica. Morreu em 1988. A esposa (com certeza a mulher que aparece na foto) chamava-se Ilse Ackermann de Eberhardt. Pelo jeito, em algum momento entre 1934 e 1940, o casal trocou o Chevrolet da foto por um Ford. Na época a pessoa trocava de carro mas mantinha a placa, não?
A troca deve ter sido em 1934 mesmo, pois ele fala que o Chevrolet da foto é novo. Depois deve ter trocado pelo Ford. Rico, talvez mudasse todo ano de carro! Vá saber!