O primeiro supermercado

Aos olhos de hoje, as fotos abaixo não teriam nada de excepcional. Mas em 22 de novembro de 1953, quando saíram na Folha da Manhã, não era bem assim.

Elas mostram uma espetacular novidade que tinha acabado de se instalar na rua da Consolação 2581, quase esquina com a Paulista, e que colocava São Paulo “no nível dos mais adiantados centros dos Estados Unidos e da Europa”.

Era o “sistema de supermercado, em que o freguês se serve sozinho”.

A novidade era tão grande que, para que o leitor do jornal pudesse entender como a coisa funcionava, as foros vinham com explicações. Na primeira foto, “uma dona de casa escolhe os artigos que deseja comprar, sem intervenção do balconista, apenas auxiliada pelo carrinho que encontra na entrada”. Na segunda, “a caixa registra os preços, passando os pacotes a um funcionário que os coloca num saco de papel”.  Tudo muito didático!

A empresa Sirva-se não existe mais desde os anos 60, mas o endereço nunca deixou de ser supermercado. A loja virou Pão de Açúcar e funciona até hoje.

Atualização em 5 de fevereiro de 2013: Um ano depois de escrever o texto, descobri que este na verdade não foi o primeiro supermercado de São Paulo, embora seja, sim, o supermercado mais antigo em funcionamento na cidade. Detalhes neste outro post.

23 comentários
  1. Heloísa disse:

    Sempre pensei que o primeiro supermercado de São Paulo fosse o Pão de Açúcar, na Brigadeiro, onde, anteriormente, havia a doceira do mesmo nome. Nesse da Consolação faço compras há quase 40 anos. Vivendo e aprendendo. Obrigada.

  2. Martin disse:

    Pois é Heloísa, o Pão de Açúcar só foi virar supermercado em 1959… A família Simonsen, que era dona do Sirva-se, entrou no ramo seis anos antes dos Diniz… 😉

  3. Asciudeme Joubert disse:

    Reparem: …um funcionário que os coloca num saco de papel”

  4. Marco A.Artacho disse:

    E o Peg&Pag da Cardoso de Almeida, em frente ao Santa Marcelina, não era anterior?

  5. Eduardo Caldas Rebouças disse:

    Acho que o Marco tem razão. O Peg-Pag deve ser mais velho.

  6. Ele é posterior!
    Fiz uma pesquisa rápida aqui…
    O primeiro supermercado Peg-Pag abriu no Natal de 1954, na rua Rego Freitas. Pouco depois veio o da Joaquim Floriano, em agosto de 1955…
    O da Cardoso de Almeida não sei exatamente quando abriu. Mas saiu um anúncio no Estadão, em 1º de setembro de 1957, página 23, dizendo que seria inaugurado “brevemente”…

  7. Marco A.Artacho disse:

    Obrigado pela informação, Martin. Abraço,
    Marco.

  8. daniel disse:

    Esse Sirva-se da Rua da Consolação é hoje um Pão de Açúcar, correto?

  9. Sim! Tanto o Sirva-se da Consolação como o da Gabriel Monteiro da Silva viraram Pão de Açúcar e funcionam até hoje…

  10. confirmo…sobre o Peg-Pag…testemunha ocular – na rua Rego Freitas e foi uma mudança enorme.. daí o nome Peg-Pag até hoje para os antigos…como eu!…hehehehe… Aquilo foi uma modernidade enorme!!!

  11. Paulo Sergio Arenare disse:

    Achei a notícia da inauguração do Supermercado Sirva- se um marco de minha história de vida.

  12. Cléo C. Reis disse:

    O Supermercado Peg Pag ainda está ativo? Trabalhei na empresa na década de 70 e estou precisando localizar o endereço do Setor de RH para questões de comprovação de tempo de serviço para fins de aposentadoria. Alguém pode me ajudar. Tenho urgência pois, atualmente moro em outro Estado e estou indo à São Paulo para conseguir provar para a Previdência o meu tempo de serviço. Grata. meu e-mail cleocastroreis@yahoo.com.br

  13. reinaldo soares martins disse:

    trabalhei no supermercado pega pag em 1968 na rua domingos de moares vila mariana

  14. reinaldo soares martins disse:

    estou na mesma situacao da cleo reis trabalhei em 1968 nao tenho como provar ao inss podem me dar uma ajuda,

  15. reinaldo soares martins disse:

    favor mandar resposta pelo meu e.mail reinaldoeneide76@gmail.com trabalhei em 1968 na rua domingos de moraes vila mariana preciso urgentemente comprovar ao inss. agradeco muito.aguardo uma resposta obrigado

  16. Jose Roberto Collodoro disse:

    Estou levantando informações sobre o Bairro do Brooklin e será que alguém pode me informar quando foi inaugurada a loja do Peg Pag da Av. Morumbi com a Av. Santo Amaro? Obrigado.

  17. Pedro Carlos Gaban disse:

    gostaria de saber de quem é hoje o grupo \\\peg pag pois preciso de informações
    meu nome Pedro Carlos Gaban email P,gaban@gmail,com obrtgado

  18. Eduardo de Castro Gama disse:

    Em que ano foi inaugurado o Peg-Pag da avenida Santo Amaro.

  19. José Antônio do Carmo disse:

    “[…] Eu sou a dona de casa
    nos Peg & Pags do mundo […]”
    (Trecho da música Gita, de Paulo Coelho e Raul Seixas).

  20. Fabíola disse:

    na zona sul tinha também ! eu lembro que eram sacos de papel com logotipo azul , isso mais de 30 anos atrás , bairro jardim miriam em sp

  21. Maria Imaculada T. Gutierrez disse:

    O primeiro supermercado nesse estilo era o PegPag. O nome já explica tudo, não é?

  22. Maria Sylvia Toledo disse:

    Quem se lembra de uma pequena lanchonete pegada no prédio do Peg Pag, mas a ele não pertencia? Acho que foi a primeira lanchonete que fazia hamburgues. Chamava-se Chico Hamburguer, nome esse, que por não ter sido registrado, passou a ser usado pela lanchonete que foi aberta na Av. Ibirapuera.

  23. Guimaraes Dinho disse:

    Eu era criança quando conheci o «seu Valentim», o dono da doceria que mais gostava, a «Pão de Açucar», entre a Clóvia Bevilacqua e a Sé. Ele queria saber do meu pai a possibilidade de lhe fornecer alguns dos ítens que lhe interessavam para comprar para um seu «futuro negócio» – que viria a ser o «Pão de Açucar» Meu paí era amigo dos Simonsen, do Banco Noroeste, e só negociava para exportar algodão e café. Nessa época já existiam o «Sirva-se» (para mim era o «supermercado da estrelinha»), e a rede Peg-Pag. Sei sobre o «Sirva-se» por ir com minha mãe à loja da SEARS, «no comecinho da Paulista». O «Peg-Pag» surgiu depois; Me lembro que em 1957 fomos à inauguração do Peg-Pag, perto da casa da minha avó, bem no Largo do Cambuci: «Será melhor pra comprar, pois além de não nos sujarmos como nas feiras, poderemos escolher nós mesmas as mercadorias, e a compra será mais rápida, pois basta ir ao caixa e paga-la!» – era este o raciocínio mais convincente para usar um supermercado.
    Alguns anos depois, pós o Golpe de 1964, e depois da morte da minha mãe, quase tudo mudou para mim. Fui abordado na rua e, do nada, fui levado à uma repartição policial e todos os meus documentos foram confiscados. Sem documento não mais havia como estudar e trabalhar. Sem opção fazia uns «bicos», e em boa parte das vezes eu não recebia o combinado ao descobrirem eu não ter documento! Mesmo «por fora» fui me envolvendo com a montagem de lojas de auto-serviços e de supermercados, na década de 70. Montei mais de 500 delas em umas 50 cidades diferentes. Até hoje não consegui me aposentar devido ter ficado sem documentos por uns 6 anos.

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