Fabricada no Paraíso
Quando a cidade era mais gentil, a cerveja era produzida no Paraíso.
Hoje em dia pouca gente lembra, mas a fábrica ficava bem ao lado do metrô. Não sei exatamente quando ela foi construída, mas dizem que foi a primeira fábrica da Brahma no estado de São Paulo. Foi demolida por volta de 1994, depois de ficar alguns anos desativada.
A fábrica ocupava o quarteirão inteiro entre as ruas Apeninos, Vergueiro, Tupinambás e Paraíso, a poucas quadras da avenida Paulista. Não era bonita, mas era marcante na paisagem e funcionava como um marco visual. A catedral ortodoxa, bem ao lado, era simplesmente “aquela igreja que fica do lado da Brahma”.
As fotos mostram a fábrica em dois momentos. Na primeira ela aparece de frente, a partir da rua Vergueiro, nos anos 80. Na segunda ela é vista por trás, a partir da rua Apeninos, em 1958.
Hoje, no gigantesco terreno que era ocupado pela fábrica, existem dois condomínios de arquitetura anódina e nome empolado. Chamam-se “Up Side Condominium Club” e “Condominium Club East Side”. Obviamente ninguém sabe qual é um e qual é o outro.
A primeira foto é reproduzida da internet (está disponível em saudadesampa.nafoto.net e em colunamiguelcostaprestes.blogspot.com, mas nenhum dos dois credita a fonte). A segunda foto é do arquivo da Folha.
Na época, a chaminé criava um contraste para quem subia a avenida 23 de maio. na frente, a chaminé, atras o obelisco.
mas os edifícios que construíram no lugar não são anódinos, antes fossem. suas sacadas irregulares me lembram os edifícios bombardeados na beirute.dos anos de guerra civil.
Esse terreno tem uma localização privilegiada: ele fica exatamente no cruzamento dos eixos das avenidas Paulista e 23 de Maio (no trecho que chega ao Ibirapuera), além de estar numa cota elevada em relação ao resto da cidade. Tirei partido desse fato para desenhar, na faculdade de arquitetura, um estudo para um projeto que servisse como um marco na perspectiva dessas duas avenidas (inclusive como contraponto ao obelisco, como descreveu o sgold) e na paisagem da cidade. Imaginei uma torre bem alta, um ponto turístico, como aquela de Toronto ou a nova de Tóquio… Não sei se seria uma boa solução, mas, de fato, quando vejo os prédios que estão lá hoje, me dá uma dor no coração…
Ainda sou capaz de me lembrar, quase “ouvindo”, da sirene da fábrica que tocava na hora do almoço.
Quando era criança, na decada de 70, as escolas (a minha por acaso) levavam os alunos para excursoes nessa cervejaria. Por outro lado, quando a produçào estava a toda, quem morava na regiao do Paraiso (como o meu caso) via uma fumaçeira legal
Outra fábrica famosa do Paraíso era a da Lacta com seu agradável cheiro de chocolate
É impressão minha ou a Catedral está aparecendo à direita da fábrica na segunda foto (supondo que o prédio alto, na esquina da rua pertence à fábrica)?
É isso mesmo, Leo. A cúpula da catedral ortodoxa aparece na foto entre o prédio principal da fábrica e a chaminé…
Vendo essas fotos dá para lembrar até do cheirinho da cevada sendo cozinhada nos mesmos dias da fumaceira que o Emil comentou…
Estudei na Unip e descia na estação Paraíso todo santo dia, não sabia que no lugar daqueles prédios estranhos existiu uma fábrica da Brahma. Muito legal saber dessas coisas, agora vou passar ali e ter outra imagem do lugar.
é verdade Claudio Bernardo,o cheiro até hoje está presente na minha memória.
Era uma sensação a chaminé da Fabrica!
E as letras que compunham a fachada, então que MARAVILHA!!
Uma perda para a memória da cidade, Carla!
Bem, minha ligação afetiva com essa fábrica é (ou era) muito forte. Primeiro, meu avô materno trabalhou ali durante mais de 30 anos (entre 1943 e 1976) e tinha verdadeira adoração por aquele prédio. Ele faleceu em 1988 e não chegou a assistir o triste espetáculo de sua demolição a partir de 1993, do qual me lembro muito bem.
E segundo, entre 1979 e 1989 morei num prédio na Rua Tomás Carvalhal, e a fábrica, vista bem de frente, dominava a paisagem da janela do meu quarto, com seu enorme letreiro luminoso piscando à noite (impensável hoje em dia…), seu apito a vapor, sua chaminé imponente…
Embora a desativação da fábrica, já obsoleta e “engolida” pela cidade, estivesse nos planos da Brahma (então sob comando do Banco Garantia, que adquiriu o controle da empresa em 1989), ouvi dizer na época que o prédio foi demolido às pressas quando surgiu o boato de seu tombamento.
gostei das fotos da fabrica da brahma se puder me mandar eu agradeço dei da já pode me mandar no meu face parabéns quem postou as fotos da fabrica deu pra lembra que saudades
trabalhei 15 anos nesta fabrica, tempo bom Valmir Bocalini
Neste vídeo, gravado em 1988, é possível ver a fábrica e a igreja a partir de 34:18
ali existia a cervejaria guanabaria,fundada por alemaes e depois comprada pela Brahma e ampliada
no postal 38 pode se ver a Cervejaria Guanabara,provavelmente a foto tirada da esquina da ex rua TUPINAMBÀS x Pires da Mota
Ola, hoje Moro fora do Brasil a 17 anos, Morava na Apeninos na decada de 80, muitas saudades, Ontem fui encontrar meu filho e Seus amigos que trabalha na apeninos Numa agencia de publicidade e ficaram impressionados de Nunca ter ouvido falar da Fabrica da Brahma, entao contei dos grandes toneis dourados e o cheiro da cevada, deveria ser tombada, mas ja foi so nas fotos e recordacoes, Sou de Peabody Massachussets perto de Boston….
O ponto da 2° foto foi tirada aproximadamente da esquina da R. Dr. João Morais, curioso que hoje em dia passo nesse ponto todo dia na ida e volta do trabalho.
Com relação ao nome “Cervejaria Guanabara”, então tem haver como o antigo largo que foi suprimido, junto com a igreja, para construção da Avenida 23 de maio.
Sou Antonio Luiz de Almeida e gostaria de entrar em contato com minha turma de ex-funcionarios de1986 a 1988.
Minha família, pai e tios trabalharam na Brahma, nesse período que era no paraíso.
Conforme já foi dito era um marco no ParaÍso. Também lá trabalhei, incluindo escritório vendas e Logística em torno de
20 ANOS. (1979 a 2000)
Eu trabalhei infelizmente por apenas 3 anos, junto com o Valmir Bocalini que aparece aqui nos comentários e com o Antonio Luiz de Almeida, tambem estavam no depto de compras, o Bonifacio, o Ovidio, o Marcio, o Nivaldo, Marco Furlani, Mario Perez, Wagner Anselmo, o Paraiba, o Fabian, Fernando… muita gente boa. Mas nesta fábrica há 3 gerações da minha familia, eu (Fabio Mendes), meu pai felizmente ainda vivo aos 81 anos (Vicente Mendes) e meu avô, falecido em 1977, Theodoro Mendes Ribeiro. Para os que aqui passarem e quiserem manter contato meu email fmendesvendas@gmail.com.br
Eis aqui mais um ex da Brahma…Sou Darci Polastre que ná época também era Comprador….Deixo aqui um abraço para todos os amigos…Valmir Bocalini, Nivaldo, Angela, Bonifácio, Paulo Roberto Carlini, Ovídio Ferrari, Carlos Henrique Probst, Mario Perez (que me vendeu uma moto da Honda), Wagner Anselmo, Fabian, Fábio Mendes, Carlos Alberto Lourenço da Clara (o morruguinha), Osymar Marques Guimarães, Luiz Fernando, Edilene, Rocha, Alberto Tassinari Quaranta, Lamóglia, Scarpione, Nakamura, Elza, Leonel Bocalini, Antonio do almoxarifado, Paschoal, Claudio, Luiz Augusto, Dieter, Tomita, Cristina (secretária), Pereira (que derrubava bandejas no restaurante – rs) entre outros.. Muita saudade…
Ola boa tarde, alguem conhece Edson Jorge ( Nao sei o sobrenome dele ) ex funcionário da Brahma acredito que o anos de 1977 era funcionário, residia na região da Cursino.Tinha um casal de filhos na epoca.
Se alguem tiver alguma informação ficarei grata. biajbe@gmail.com
Fui funcionário da empresa brahma cervejaria no ano de 1991 a1992 foi uma experiência muito especial para mim foi meu primeiro emprego na área industrial demais muitas saudades
Valmir Bocalini, vocè trabalhou quinze anos na Brahma, não sei se é do seu tempo, mas o senhor chegou a conhecer o Sr José Raimundo de Moraes ?
trabalhei de 1988 a 1990 no setor fermentação da industria local muito gelado as uma ou duas vezes por ano nos eramos deslocados do nosso setor para lavar as enormes caixas d´agua que existiam ali muita saudade .
Estou procurando alguem para me dar o meu ppp documento previdenciario ta dificil encontrar se alguem souber me avise ja fui na anbev ja liguei sindicato niguem se responssabilisa lamentavel.
Valmir Bocalini trabalhei na empresa por 8 anos no depto Industrial ” laboratório” conheci teu pai Bocalini e tbem acredito que devamos nos ter conhecido sai da Cia em 86, mas tenho ótimas e saudosas lembranças. na epoca meus chefes eram Cervejeiro Sr Kurt , Sr. Mattos Herbert abraço aqui vai meu email jlconcretapiso@hotmail.com
Darci Polastre , vc foi fundo em tuas lembranças , seria um prazer poder rever este pessoal conheci e me lemro de muitos deles : Pereira derrubador de bandejas, Antonio Almoxarifado , parceiros do futebol.
tambem trabalhei nessa empresa em 86 no setor de maturaçao, era muito frio mas muito legal,saudades dos colegas
Darci Polastre grande! abraços
Grande Valmir, muita saudade…. anote o meu zap 11 98200-9595. Abs
Meu pai Carlos F.
Heinritz, trabalhou na Brahma, rua Tupinambás 33/57 telefone 701131 mais de 30 anos entrou por volta de 1937.
Época boa, lembranças maravilhosas, tenho saudades desse tempo…
Marcio, meu avô, Luiz Abate, trabalhou na Brahma do Paraíso de 1943 até 1976, quando se aposentou. Era gerente administrativo. Certamente ele e seu pai se conheceram.
Muito legal!! Parabéns pela matéria, trabalhei como caminhoneiro por quinze anos, em 1992 quando ainda trabalhava com um caminhão do tipo truck , puxei muito malte do Porto de Paranaguá para está fábrica na rua tupinambás.
O local não permitia a descarga de carretas, pois a fábrica era antiga.
Saudades desse tempo que não volta mais…..
Que matéria excelente !!!! O cheirinho da cevada, esta gravada em minha memória olfativa. Fiz meu curso primário em um colégio enorme, chamado Colégio Ipiranga o qual foi demolido para dar lugar ao Viaduto da 23 de Maio. Era bem próximo da fábrica e podíamos sentir o odor do malte exalando por toda a região. Morei durante muitos anos, a poucos metros do Largo Ana Rosa e lembro que em dias festivos, meu pai ia até a fábrica buscar barril de cerveja. Quase todo o mundo do bairro ia até lá, para a mesma finalidade. A Rua Vergueiro , sentido Centro, era ainda estreita e havia um vasto comércio com lojas variadas quase defronte á Brahma . O prédio era lindo e lamento profundamente o desmonte e descaracterização que o Paraíso e Vila Mariana estão sofrendo, devido a cruel especulação imobiliária. Acho um absurdo pq o patrimônio histórico poderia e pode, estar existindo junto com edificações contemporâneas.
gostaria de visualizar algum rotulo desta cervejaria
Uau. Eu morava perto. Semana assada estava comentando sobre essa fábrica.
Tive oportunidade de fazer uma vista técnica a essa unidade. Bons tempos. Saudades
Tbm trabalhei está fábrica em 1985 . sessão funilaria.vugo mosquito.era apresentado f
Apresentado comoFinho do dr Preste
Meu pai trabalhou na Brahma 13 anos, Antonio Santa Rosa, morava perto da avenida cursino.
Ótima crônica e imagens raras . Parabéns , viajamos no tunel do tempo lembrando nossos tempos de juventude pelo bairro . Essa antiga fábrica , conforme pesquisei , foi fundada como Cervejaria Guanabara em 1900 por um grupo de alemães do bairro do Paraíso e foi incorporada pela Brahma em 1921 , chegando a produzir em torno de 900.000 dúzias mes nos tempos áureos , uma façanha levando-se em conta antiguidade e estar espremida em apenas um quarteirão , para fazer entrada e saída de todos os camionhões
Ótima crônica e imagens raras . Parabéns , viajamos no tunel do tempo lembrando nossos tempos de juventude pelo bairro . Essa antiga fábrica , conforme pesquisei , foi fundada como Cervejaria Guanabara em 1900 por um grupo de alemães do bairro do Paraíso e foi incorporada pela Brahma em 1921 , chegando a produzir em torno de 900.000 dúzias mes nos tempos áureos , uma façanha levando-se em conta antiguidade e estar espremida em apenas um quarteirão , para fazer entrada e saída de todos os caminhões .
Meu pai trabalhou muitos e muitos anos nesta empresa Scarpioni, grande homem pena não está mais entre nós, mas me lembro quando criança ele nos levava lá, saudades.